Por que brigamos com nossos filhos pequenos??
Quero deixar claro que usei o pronome nós apenas por questão de entender que estamos todos juntos nesta caminhada humana, no entanto eu não me enquadro entre aqueles que gritam com os filhos ou usam de algum tipo de violência para "correção".
Meus filhos já são adultos, porém nunca gritei ou os agredi com o desejo de educar. Nem por isso foram indisciplinados, pelo contrário, sempre recebi muitos elogios das professoras com relação ao comportamento deles.
Mas vamos lá!
Muitas vezes brigamos, ou algumas pessoas brigam, por bobagens:
1 - Brigamos porque estamos cansados e estressados:
Muitas vezes não conseguimos dizer não para os compromissos sociais; nos sobrecarregamos e extravasamos nosso cansaço no serzinho indefeso que está a nossa frente.
Quando temos filhos pequenos, devemos ter consciência de que estamos passando por um processo imenso de amadurecimento.
As exigências domésticas estão a todo vapor e possivelmente esta fase seja aquela em que você será muito importante no seu lar.
Nós temos uma ou mais vidas sob nossa responsabilidade e nem sempre sabemos o melhor a fazer por eles.
É nesta fase que vencemos nossos maiores egoísmos e nos desdobramos na busca pelo bem estar de nossos amados ou, então, ao contrário, submetemos todos aos nossos caprichos, cobrando do nosso cônjuge (que também está sobrecarregado) ou descarregando nossa carga em crises de gritaria e broncas com os filhos.
Quanto aos compromissos sociais eu diria:
- Corte pela metade, corte para um terço do que você fazia antes.
Inclua preferencialmente compromissos onde haja espaço para você, seu cônjuge e seu(s) filho (s) estarem juntos, “de boas”.
Já chega o nosso trabalho que muitas vezes nos obriga a nos afastar deste momento tão especial de convivência com nossos pequenos. Neste contexto, muitas vezes chegamos do trabalho cansados e nosso cônjuge quer atenção; nossos filhos querem atenção; existem atividades domésticas por fazer e aquela reunião que alguém está te cobrando para não faltar... aquela pós-graduação que você acha que é essencial ...
Alguém você terá que desapontar!
Muitas vezes fazemos escolhas erradas nesta hora.
Preferimos agradar os de fora e sacrificar nossa convivência familiar.
Penso que quando os filhos estão pequenos, muitas vezes os pais estão em uma idade que não distinguem com clareza a importância da tarefa de convivência familiar que está vivendo.
Negligencia aquela que é a sua tarefa mais importante e gratificante da vida. Gasta em combustível para se deslocar, mas não para comprar aquele livro para ler com seu filho; compra o carro do ano e não compra uma secadora para secar as roupas da família ou uma máquina de lavar louças para aliviar as tarefas domésticas e assim vai...
Se eu puder dar um conselho, diria: fique mais em casa. Brinque com seu filho; ajude nas tarefas domésticas. Preparem um lanche juntos; ensine seu filho a por a mão na massa... conte histórias para seu filho! Aqui não estou me referindo ao pai ou mãe nem supondo que um trabalhe fora e o outro não. Na maioria das vezes ambos trabalham fora. Portanto vale para aqueles que tem de gerenciar seu tempo com os pequenos.
Evitem o que é luxo supérfluo e substitua por coisas que gerem conforto e funcionalidade.
Se resolver sair passear, vá a um lugar onde você e sua família possa ir junto e consigam relaxar, brincar... sem stress!
2 – Em uma outra situação, alguns pais brigam porque querem "educar":
Um grande equívoco que vejo alguns pais cometerem é querer ensinar com gritos e tapas. Muito feio isto (na minha opinião)!
A imagem acima foi retirada no seguinte endereço:
Lá você encontrará mais argumentos contra os castigos físicos.
As vezes vejo pais brigarem com os filhos porque derrubaram o copo de suco no chão.
Pergunto:
- O que você quer ensinar quando dá esta bronca?
- Ou você está chateado porque vai ter que limpar o suco derramado?
Neste caso, que tal dar um paninho para a criança e pedir para ela te ajudar a limpar!?
Quando uma criança derrama o copo de suco, na maioria das vezes foi um acidente. Não existe um vício, um desejo maldoso no que aconteceu! Apenas um acidente como algumas vezes acontece com você. Pense que chato se alguém gritar com você (um adulto) – porque, sem querer, derramou um copo de suco?! Então por que gritar com o pequeno?
Diferente quando o filho insiste em fazer algo que você alertou para que ele não fizesse. Neste caso existe uma desobediência a um conselho seu. Possivelmente você queria evitar que a criança passasse por algum constrangimento, mas mesmo assim seu filho insistiu em experimentar algo que não ia lhe fazer bem. Neste caso, seu filho irá experimentar a consequência de um ato e possivelmente irá compreender o porquê você não queria que ele fizesse aquilo. Penso que nesse caso cabe um reforço enfático do quanto você deseja o bem dele e por isso ensina que algumas coisas devem ser evitadas. Porém, nem neste caso cabe um grito sequer, quem dirá uma agressão física para "corrigir".
Quando vejo o olhar assustado de uma criança com seus pais, tenho pena da criança e dos pais. Quando é possível interfiro e procuro demonstrar o equívoco que estão cometendo.
Para qualquer coisa que formos fazer, existe uma forma gentil e racional e existe uma forma bruta, egoísta e grosseira de se fazer.
É questão de escolha sua ser irracional quando as consequências atingem somente você, mas não é questão de escolha cometer um ato de violência contra uma criança. Esta atitude é ilícita, ilegal e infeliz.
Este assunto é de muita relevância para mim e em breve volto a abordá-lo.
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